sábado, 26 de setembro de 2009

Caos Poesia


Quero a poesia pelas pernas sugando todo o bom senso
Desmaiando sobre os versos o caos de cada estrofe
Quero o descontrole das rimas
Quando os membros agonizam palavras encardidas

Quero as regras trocadas
E as mãos ávidas por pincéis e pontes
Quero os braços sóbrios e os dedos implodindo ódio e ócio
Acalmando peles, pêlos e poros

Quero as letras mais absurdas abraçando pedras e serpentes
Engolindo caminhos de pernas sem vida
Quero o suor frio de frases curtas, sem nexo
Desenrolando-se dentro deste ventre livre

Quero a prece imoral da cratera-poesia
Ajoelhando veias, órgãos e raízes adestradas
Quero meus poemas indigentes soterrados em rabiscos febris
Esperando tinta, lentes e corpos

Quero abolição literária psicografada em uma pia antiga
Rejeitando a saliva para descobrir o sabor
Quero cravar poesias sem lei com sopros e poucas cores
As curvas das palavras atravessam este verso com a língua.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Devagar e Silenciosamente


Não poderia voltar atrás
Mas a saudade é aguda
Meu medo ainda é argumentativo
Inibindo outras travessias
E o amor permanece atemporal

Procuro novas estadias
As bocas tem sido secas e sem o calor que busco
A poesia resseca em sua mágoa
Enquanto a minha poesia, o ama como na primeira vez...
A Súplica não se desfaz nem com tempo ou rancor

Acordo com nossos versos entranhados
Sei que não entendes minha fuga
Foste expelido de minhas expectativas
Permanece em meu vício
Esta procissão de espera árdua sobrepõe minhas palavras

A saudade crua faz de meus verbos frágeis
E o amor será o mesmo
Estagnado e pulsante
Sigo teu peito e tuas palavras não ditas
Gostaria de esconder a angústia e mudar a entonação
Mas ainda soa-me estranho procurar a cura para esta febre

Tua poesia ainda tem peso sob minha emoção
Ontem, enquanto o lia, meus versos te abraçaram sem forças
O que fluíam de teus papéis cortavam através de imagens
O passado germina dentro da nostalgia soterrada por nossas provocações
O absurdo de nossas palavras deturpa o que queremos com afinco

Desaprendemos o que de melhor havia nos laços poéticos
Os versos infligidos, e nossas palavras precisam de tréguas...
Rasgo todas as pronúncias em tempos de cólera
Porque não sei declamar você sem grandes proporções de amor
Escrevo o que constato todos os dias em meu espelho aceso:
Ainda o amo, devagar e silenciosamente.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Corrente Suspensa


Ele ama o vento
Tem o cheiro da verdade profana
Confunde meu espaço
Somos língua e dentes
Reconhecemos este verso
Transmitimos nossos pensamentos
Ao som de uma aula qualquer, brindamos em descaramento
Somos um par de poesias de Cordel
Moramos na voz de Roberta Sá e dançamos com Chico
Dois boêmios nascidos ao avesso dos tempos
Nos sorrisos um só compasso
As veias de tua poesia insana dão razão ao meu barato
Ele não tem precedente, nasceu hoje e renasce amanhã
Os braços dados em uma corrente suspensa
Espalhamos nossos pertences desejando apenas o que cabe entre as mãos
Ilusionistas do verbo
Juntos a poesia inflama-se de alegria.

Palco pra Arte


A arte alucina
Cheiro de ânsia universal
Piso com vontade para sentir a temperatura anormal
A arte tem um medo calado e uma claustrofobia excitada
Uma multidão embalando as palavras
Arruaceiros descobrem nela cores e descompassos
Passo dias com a cena mergulhada em mim
Entre platéias e personagens éramos um
O palco agora é misto de anarquismo com alucinógenos febris.

Tire Sua Mágoa de Cima de Mim


Segui teu rumo destro
Um desespero em recanto de angústia
Pensava em teus braços explodindo entre os dedos
Tuas mãos tornaram-se estranhos elementos
Tire sua mágoa de cima de mim

As linhas desaparecem de dentro do peito
Afasto meus olhos para apagar de vez
Cruzo raízes na tentativa de recolonizar outros afetos
Preciso te arrancar de mim enquanto os joelhos choram
Está em meu papel, por vezes me pergunto se realmente sentiu

Constato teu olhar sobre mim como quem aprecia uma farsa
Não calo a voz do corpo sabendo que as palavras me entopem
Sumo de tua incompreensão
As feridas alertam toda figura em mim
Apago poemas, confissões e planos
Deito minhas vontades zerando todo o passado.

domingo, 13 de setembro de 2009

Renasce a Poesia


















Teci a noite em seus olhos
Arrepios e beijos familiares de um gosto que nunca muda
Um iminente reencontro de bocas e mãos
Lembramos o carinho desmaiando sob a cama
Lençóis quentes e posições estreitas
Nem o tempo desmancha estes sinais escancarados

Rastro de desejos achados
Teus braços sóbrios e tuas pernas fixas como em ensinamento
Teu cheiro absorvido em meus novos versos
Meu mago terno sempre aqui e ali
Ninando e me levando pra perto
Minha natureza agora é teu colo

Teu nome na palma da mão trouxe nova esperança
Nosso perdão foi mútuo
Esta noite durmo em você enquanto você desperta em mim
Enamoro tua chegada com a serenidade de outrora
E a poesia renasce de um evento inesperado
Nosso instante foi supremo

Participei de suores precipitados e você aqui do meu lado
O café guardado entre as gavetas e o passado
O amor trancado e faminto
O amor está livre
Reinvento teus olhos pra perto
Invoco, danço

Atravesso as atmosferas adormecidas
Meus pés choram quem quase perdi
Minha fome busca a tua
Quando inquieta, tu me acalmas
Escuto em teu peito o traçar de novas expectativas
Nosso amor levanta-se como prece.

A Cada Hora

















Suja, enquanto humana
Um desgaste sólido
Pede pra acender meu corpo
A paixão definha a cada hora traçada
Ela já não sabe lidar com esta ausência física
Guarda dentro daquela caixa construções maiores
Tento tranquilizar mãos e pêlos

Um dia, planejei habitar em nós
A voz projetou uma vontade virtual perigosa
Tua saliva não descobria minha boca
Ainda não inventaram volta para nós
Borramos tudo que escrevemos
Agora, as mãos só pedem aos dois uma paz merecida.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Rigor Mortis


















Morte em vida já o era
Infeliz partida solitária
Da casa velha de móveis avermelhados
Ausentou-se de si a pequenina
Covarde é não partir pra ver como é...
Foi-se sem deixar recomendações
Decompôs sua essência perturbada
Decompôs seu corpo jovial

Descompasso e abandono daquele que fez-se ternura
Tomaram dois minutos talvez, latejar de todo pensar conquistado
Cessa ar, fôlego da vida
Partem células
Caminha o sangue, somos todos brancos
Rigor mortis de sua antiga fortaleza
Algor mortis de seu falecido desejo
Exala final, expele descomeço
Gusanos aliados de tua ausência
Abandono de teus cabelos loiros
Arranca esses olhos cinzas
Sugam a pele branca
Banquete da antiga fartura

Não a acolheram anjos
Não a importunaram demônios
Era maracatu do Seol
Era o nada inexistencial
Completo vazio a preencher o silêncio

Parto de partidas suicidas
Era rua Mem de Sá 380
Coagiram a morte em goles
Masturbou toda putrefação
As pálpebras cerradas frustram expectativas
Amparou-se frente a despedida cotidiana
Enterrou mágoas
Ressurgiu recomeço
Feto de novo ciclo
Da próxima vez serei outra.

Rio Duas Vias


Três bondinhos por sua Tereza
Posto que nove seja a menina que vem e que passa...
Nem só de Leblon vive a Lapa

Terra-província
Mar que se aterrou
Largo da Carioca que vende arte
Centro-Avenida
Avenida do Rio Branco...
Rio canto,
E se canta é samba
E samba é no morro
Se é morro, tem que ser Estácio
Estácio mira braços Redentor
Estende mãos Guanabara
Pra Guanabara, há quem diga que no Rio não tem Bahia
Há de ter Ilha Grande, tamanha Angra que estoure fenda do saco do céu
Há de ter travessura suburbana nas vilas e casas
Romper Janeiro na copa de um mar

Pra ser Laranjeiras, inegável planta-lá de pé
Rio duas vias
Nascente ao mar.

Pauper

















Daquela casa ouvia-se apenas os gritos
De um medo que sempre penetra
Entregam pois, as folhas abertas despidas de esperança
E gemem os pratos suspensos de nada colorido
Assim celebram-se as manhãs
De mãos rasgando a nudez de corpos magros
Recolhendo a surpresa da fome por ossos

Ainda não aprenderam a morder a língua e gritar pra dentro
Errei ao dar luz crias
Perpetuando sementes minguadas
Deixo o cansaço os criar

Sobre tijolos em falso
Nos basta não ter
De línguas e dentes cultivam miséria
Rezam os grandes nos próprios umbigos
Ninando a distancia que pesa

Com os pequeninos
A noite apaga o branco
Puxo destas verdades incoerentes
Faço aliança a impotencia

Da tua lágrima se enxerga o mundo.

Renúncia

















Pertenço ao ventre órfão da saudade
Apenas observo a queda
Angustio curvas da consciente agonia
Alivio acenos e sussurros
Este chão encarde as percepções
Neste chão perambulo meu ócio
Sinto falta do concreto absurdo
Guardo-me íntegro feto do ventre só

Renuncie a negatividade da posse?

Optar tecer folhas nos olhos alheios
Se pensar ausência de outros,
Lhe diria estar pintando novas espécies
Daí rompendo as certezas
Severo em atitudes
A intuição distante:

A solidão explica os versos.

Moradia


Cada dobra do meu corpo tem cheiro de mar
Porque meus ossos estão pintados de vermelho
Ascendo teus olhos
Provocando meus dedos, comendo minha mão com sal
Ajoelho-me diante do altar dos diabos
Dentro da minha boca ele dança

Poderia ser qualquer outro corpo, mas é da tua boca que quero lubrificar teu sono
Uma língua e minha santidade humilhada
Nada mais pedi... que não fosse uma língua
Suplício discreto onde meu corpo pede paz e pede guerra

A cada sussurro o delírio o gozo:
O desejo descontrolado de pintar imagens
Desenho em tua cabeça uma mulher nua arreganhada em seus jardins
Teu fluído canta por todos os meus pêlos
Vasculho com a língua o fluído do outro, e vasculho saídas
A língua queria desenhar ali, completa, escorrendo pelos cantos o gosto
A língua consentiu com o gozo

Devagar, bem devagar entre...
Adentre a única cavidade do grande devaneio
Lubrifico em meus dedos as entidades mais explícitas
Dança em tudo que preciso
Movimentos trêmulos, suados
Após o gozo a sensação perdura
Os músculos tornam-se vazios como as ondas
Teus olhos transam com minha íris
No útero do céu, o brilho escorre pelas coxas
Tua rua é um rio de orgasmos.

Sonoridade


















Estéril rádio estação sem-luz
O teu suor é surdo
E eu já sou feita de espasmos melódicos
Da folha: cantiga
Assobio borboleta, grande festa de girassóis quadrados
Caindo a desaguar sonoridades
Desta música sombra universal

-Parece que se você ouve o canto, é inevitável ir parar no fundo-

Uma marchinha de carnaval: carnavalizando o sumo da vida
Grite. Você não vai ouvir mais nada
Impregnado bloco de frevos das células ciliadas
Dedilhando os coros eufóricos
As partículas propagam quando o canto é por chuvas dançar
A valsa é humana

Preciso de sonoridade
Esta ânsia que troca músicas e tons
Saberei cantarolar descompassos em dó maior
Há de nascer imune quem não souber ouvir

Dos braços que embalam o bloco, em que batida se escuta o tom exato?
Musicalize o óbvio
Corpo-coletivo colhe ativo
Quando ouço aquele tom, os poros se arrepiam.
E canto das suburbanas bêbadas razões insanas

Vendo o ritmo-meu pagamento é dívida
Grandes olhos quando a canção é do povo
O coro sai das casas, leves, pesados e desequilibrados.
Coloquei para fora uma voz grave, queria ter soltado Buarque de sua prisão
Nestes tons- inúmeras possibilidades:
As enzimas criativas do amanhã.

Sacia-me


Início da pintura:

Uma folha costurando os contornos, fruto da colheita poética. Na boca, poléns (dai-nos um pouco mais do vermelho), fuxicos coloridos.
Momentos em que Deus mostra nossas costuras, só pra se ouvir dizer: - Da arte queremos também o verso! Um desses sonolentos, atrevidos, temperados de insanidade.
Todos os pincéis-borrados.
- Pensamos não inspirar.
Escrevemos o que a nós não pertence. (Adentrem na pimenta de nossos verbos mais sarcásticos).

Olhamos para o chão e não suportamos a idéia de ter pés fincados em um branco tão desbotado.
Já estes versos do artista, são sempre errantes. Mas, a arte em si tem formas de nuvens presas. (Soam vôos absurdos).
Diante da arte, nesta roupagem pálida, conformo-me em ser um “nada”.
- Não há injustiça maior que justificar um artista atrofiado.

A arte é umbigo do ventre terra que nos pariu.
-Deixo de interpretar paisagens.Somos apenas o palco da obra.
Abra mão de significados cultos e ocultos. Consagra-se arte em incompreensão calada.
A arte fica exposta na eternidade que sempre reinventamos. Arte exposta: - visitantes de nós mesmos.

Os versos estão entranhados nos dedos. Frio: manifesto-Esculturas indefinidas. –Não compreendemos possíveis olhares.
- Pintamos quando o retratado eclode.
- Decodifique arte. Ânsia do encanto poético-humano.
Todas as artes emergindo das indefinições. Se não vemos o amarelo, tampouco criamos o verde.
Ainda assim, estamos acesos.

Estar vivo é um estado de arte.

O grande artista guarda o sol no sono. E se escreve, escreve no vento.
Doce beijo vira prosa.
A arte, por vezes nos pega no colo, mostrando-nos os grandiosos caminhos subjetivos.
Traduz transcendente em movimentos artísticos no qual nosso espírito pelo infinito dançou.

Arte definida é violação.

A arte grita: - Sacia-me!
O tesão que o outro sente, agrada ou enoja.
A arte ferve: São de palavras que arrepio.
Os poetas sofrem de um tédio aparente, de uma ansiedade criativa.

A arte não poupa papéis. Antes, renova-se em madeira, amor e aço.
Diante de certos olhos, os papéis pouco dizem. Mas, estes poetas escrevem no escuro.
Felizes os que não prevêem nada. Estabelecendo a imprevisibilidade da arte.
A arte rompe as rédeas que não lhe pertencem.

Atemporal. Abraça quem a estiver contemplando.

Por vezes, encurva-se para ninguém ver. Esta que pincelada ganhará a tonalidade única que lhe garante o direito de ser poluída por deuses ferozmente humanos.

- Não nasci para ser entendida. Resmungou a arte.

Já Não Estou


















Indefinida ida
Instigante e confusa
Instantaneamente expelido
A incapacidade dos músculos conduz a expectativas irreais
Programo-me para não amar
Dá-me rotas, pois estou doente de razão
Amei um homem humano
Corro em pedaços enjoados do que restou
A sensação de fuga é desconfortável
Eu já não estou
Permeio a penúltima curva
Sigo sem saída
Nós dois numa queda
Ele não entende minha língua
Além de qualquer caminho há volta
Preparo o imprevisível
Todas as promessas derramadas
Que não me faltem ruas, pois preciso preparar os ânimos...
Amanheci sem conhecer o dia
Encontro-me em despedida
O que ainda me prende?
Nunca me preparo...
Meu amor sobrepõe minha astúcia
Tua bondade é tua loucura
Vou sugar bocas vazias resfriando nossas dores
Segues...
Agora, sei que isso vai passar
Dona de sonoras saudades
Adeus. Me encontra.

Seis Letras


Nosso absurdo correspondendo-se em versos
Transmissão de pensamentos
Uma caligrafia e intenções inconfundíveis
Sabemos que com o corpo, lemos nossas próprias poesias
Brotamos de um tecido cortinado
Temos sono, noite, e estrelas
Temos arte em movimentos poéticos
Germinamos descarados em qualquer cena
Inúmeras linhas tecidas em poros
Escrevemos em fórmulas de desejos incompreendidos
Esta página é um itinerário abusivo
Aqui, inventamos um ócio transgressor
Nos apropriamos de uma literatura renovada
Expelidos das palavras, nossa paisagem é o papel
Temos um vício que nos pertence desde sempre
Seis letras erguendo nova possibilidade
Seis orgasmos em uma oração
Fazemos dos delírios convincentes
Servimos o desejo das palavras
Existe troca em nossos descompassos.

A Lenda dos Doze Orixás


A água descia pela cascata
Oxum consentiu com os versos
Abençoou as vozes embaladas por sua saudação
Águas claras, poeticamente livres e desenfreadas
Oxum sonora, embebedou as pedras
Fez da água doce seu colar amarelo ouro
E a poesia formou-se culto para todos os santos
O percurso foi traçado, a cachoeira beijava o mar
Recebeu toda a água límpida a rainha Iemanjá
Com seu leque obstinado colheu palmas e jasmim para presentear Ossain
Ele brota das terras, forma folhas e matas para dar caça a Oxossi
Imponente deus da caça, portador do chifre de boi, saudava pai Ogum a voz de um grito de guerra:
Ogunyê...
Segurava sua espada entre as mãos
Exu, rei dos búzios desenhava novos versos entre as almas
Nem a febre de Obaluaiê o impediria de dar continuidade a nação poesia, coberto dos pés a cabeça, recebeu a chuva de Oxumaré
Chuva e renovação...
Com o machado nas mãos, deu Xangô a sentença final...
Enquanto houver liberdade de credos e poesia, fará Iansã, deusa das tempestades o amor brotar pela boca
Até a sábia Nanã, mãe da terra não se atreveria a discordar...
A poesia ecoando entre os elementos da natureza fez Oxalá aplaudir de pé os versos livres desta terra embalados por água e poesia.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Prefiro Sangrar


Renuncio o contato
A travessia está aqui
O caminho trouxe a inútil melancolia
Todos os sentimentos foram vencidos
Deixo a saudade criar
Abro mão da Súplica que nos formou
Geramos uma descontinuidade de noites fúteis
Amo sem cabimentos
E minha verdade ultrapassa todos as lágrimas
A poesia rasgou superfície
Não há como voltar aos dias encerrados
Inúmeras palavras que já não conseguem me abraçar
Impulsivamente expelido
Não sei brincar com meus sentidos
O que pertence a mim é a grande vontade de recomeçar
Prefiro sangrar para não perder minhas raízes.