quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Versos Dopados de Barros
Meus lares vencidos escapam flutuantes
Formando novos mapas
Teu corpo de ossos encantados pescam relíquias-caveiras
E nos escombros de meu ventre, urubus declamam poesias lindas
Em meu quadril, fitas de cetim sincronizadas em soldados tontos e pássaros sonsos
Drogo-me dum ar delinquente com bombas e atentados terroristas libertinos
Me viro, sou minhas costas, estou num pedaço de verso errado
Por todos os lados sou tua imagem adestrada
E em meu corpo chovem ilusões de canhões atrofiados
Minha condição desconfia do resgate do pouco que já fiz
Minha parte boa colocorá no mundo mosaicos nobres e sabotagens de alegria
Provei da maldade colhida em correntes de ciclo
Findo-me ao produzir cadáveres identicos a diabólicos engravatados
Homens bala entrando pelo armário de um céu lacrado
E o caos legitimado é meu.
Coroa do Diabo
Há tempos não visitava este lugar
Espécie maluca dum ponto de partida gasto e enferrujado
Eis que mastigo minha hóstia como num lugar sagrado-poético
Minha cidade é uma tela e os moradores são dedos
Minha respiração dissipa em explosões de letras cotidianas
Moradia de temores novos em antigos ensaios
Em mim, cambalhotas de espaços e abraços que já não sabem a idade que tenho...
Troco versos e farpas com anjos por desconhecer caretas e dragões da eternidade
Sei bem das linhas de chegada
Minhas poesias são constelações de homens embaraçados
E minhas estrofes guardam as chaves que equilibram esta guerra.
Vermelho Caótico
Em cada fio vermelho pesco vulcões nos cabelos do teu fogo
Observo penduradas fitas coloridas de desejo
Nas pontas de tua raíz, frutos de árvores que já me pertenciam antes
Em teus traços, a melancolia íntima de meus acordes
Todos os fios em deslizes de mágicas constatações
Do teu couro encomendei a maldade de um caótico milagreiro
Quando na falta de maquiagens acesas encontramos em alto mar
Imperfeições de não saber voltando para as mesmas águas repartidas e achadas.
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