domingo, 6 de novembro de 2011

"poemizo"
e me aproprio de verbos inexistentes pra você
cometeria qualquer delito
nos freios infames da tua memória
sugaria a mágoa desta fuligem grosseira
estancaria teus tremores
velaria tuas pálpebras irredutíveis
até o fluir dos ponteiros
esconderia as chaves
pra nunca mais te ver sair
dum precipício atiraria fora o ego
abonaria a audácia de tentar te fazer feliz ao acordar
porque todas as tentativas são de fazer valia
a responsabilidade de ter você comigo agora
não pelo poema
mas pela inquietação que tua presença evoca
"poemizo" nosso carinho
arranco do papel
desembrulho das estrofes
os versos te encontram do outro lado da cama
agradecem a vida que os deste esta noite...
e quanto a mim
alimento as crias poéticas com banquete:
te amo.