domingo, 17 de julho de 2011

delitos
que a mão escreve
violando meu vazio

débil este emblema
sustento o corpo
obstinadamente
catando em marcha
todos meus pedaços

meu baú ósseo
arrastando
no asfalto quente
da rua

nos membros sem/cem leis
ostento a saliva
da escória

dum golpe surdo
dói-me os aposentos
em órbita gira
teu portão,
meu parapeito
...
a geografia
destas
pernas
tem
vocação para armas



domingo, 10 de julho de 2011

Adicionar legenda
que ninguém se engane
no cair de tuas ondas,
nas brisas de tua ilha
partindo em navios de afeto...

sábado, 9 de julho de 2011


Comigo,
bentas lágrimas,
alvoroço de vida
era a página de um livro
a letra no encaixe do enredo
era Izaías
''nalguma" curva do verso
tombado nos tendões da memória

e o sonho
a voz tua que faço
teus passos vindo como presságio
o brinquedo e minhas tranças nas costas

e eu só quero ouvir tua música
o mensageiro ainda tarda
pego a senha e o santo
estendo a carcaça até a ponte
então lá vem Izaías
na mão que me lê
no fundo duma concha

as palavras do livro
em seus postos de combate
correndo até você
nos destinos de um massacre
Onze anos e teu silencio

era Izaías
minha utopia que sangra.