sábado, 30 de março de 2013


Minhas retinas procurando um pedaço de nós. Minha mão escavando antigos poemas, telas bordadas, frestas de um amor antigo. O mar caindo nas tuas montanhas. Eu caindo junto. Nunca doeu tanto saber da tua felicidade. Nunca foi tão duro saber falar doses de verdade sem propriedade poética alguma. Falar a verdade sem fazer poesia. Não soube me recuperar com o passar dos anos. Nunca saberei te arrancar do meu território. A minha e a tua poesia são dois continentes distantes. Teu peito velado por meus sertões empobrecidos de amar errado. E está errado, tudo está errado... Nossos lugares ocupados de mágoa e nós dois envelhecemos tanto... Reviro minhas letras do avesso e o amor permanece atemporal. Amargando, solidificando, me engolindo até não restar sentido de poesia sem você. Você não compreende o que nos trouxe até aqui e eu já não sei organizar as frações que tornaram o que hoje somos. “Ainda amo, devagar e silenciosamente.”