domingo, 14 de abril de 2013



Esquecemos de seguir,
desprender a língua da garganta,
beber a pinga no gargalo da ferida
("águardendo" nos poros subaquáticos da vida)
...
 Você esqueceu o caminho.
No mapa, duas fotos cuidadosamente guardadas na mochila,
tuas rotas envelhecidas de desgaste,
e o sangue pisado nos teus pés magrinhos de medo
dilatavam com a luxação das palavras que pronunciamos.

Era pra ser toda vida Maria,
perdi o verbo para Sofia,
inversão de casas,
volto pra dentro do perdão uterino,
tua mágoa dissecando com crueldade
meus restos soltos pelos cômodos.

Não culpo tua hóstia, nem a cruz.
Aceito, engulo e confesso todos os pronomes,
cada espasmo alcançado nas retinas
até que voltes pra dentro das veias: Maria.