domingo, 21 de abril de 2013

Tenho um sono profundo sobre essas coisas soltas da vida que, não tem nada a ver com poesia. Uma preguiça de filas de banco,cartões magnéticos e da moça que me serve o café todas as manhãs. Bom mesmo, seria impregnar a sala de trabalho, o ônibus e todas as repartições públicas com o cheiro de hortelã e versos quentes. No lugar dos ternos, casacas bordadas pelas mãos de Rachel de Queiroz, ao invés de gravatas, cordinhas que puxassem um poema toda vez que a temperatura aumentasse. As filas de banco distribuiriam folhinhas com sonetos, ao invés de senhas, os cartões magnéticos passados nas máquinas alucinógenas, fariam imprimir dúzias de poemetos novíssimos e, a moça do café sorridente, me ofereceria um poema expresso de Adélia Prado ou Ana C.
As mulheres nas maternidades parindo verbos diriam orgulhosas: - Que linda esta minha filha! Se chamará Palavra!

E, ao chegarmos exaustos, inundados de tanto peso nas costas, abriríamos as gavetas dos armários abarrotadas das mãos de todos os poetas,vivos ou não.