sábado, 23 de novembro de 2013

Na rua Silva Cardoso, lastro de malabares reluzentes na chuva. Silvia é dona dos bondes, dos botecos e das calçadas portuguesas do subúrbio carioca. Os seios céticos simbolizam a sintonia entre os astros e os mastros dos marinheiros em suas ondas pélvicas. A boca pinga de trovões os pontos de ônibus, as máquinas das fábricas e os restaurantes lotados de sábado. Silvia me enche os pulmões de um bairro com apenas três ruas, as vias de Silvia são de asfalto e saliva lubrificando o trânsito e sua voz rouca. Em meus dedos, a digital inflamada dos segredos de Silvia. Já não há embaraços nos traços de uma tarde em novembro.