terça-feira, 5 de maio de 2009
Encontro
Se conheceram meio que ao acaso, os olhos dela fixados na foto dele. Algo diferente naquele rosto... ali brotou a curiosidade e encantamento.
Conversavam a cada novo gesto. Vida nova a expectativa.
Quando encontraram-se a primeira vez as pernas tremeram, os olhos os entregavam, a ânsia era plena...
Pareciam ouvir os pensamentos só com os sorrisos esboçados.
Algo novo,a espera de uma certeza?
Era bom...tão bom...mas as estradas estavam paralelas...
No último encontro o auge de tudo que queima: o gozo, o grito, a frase e o fim.
Ainda deitados no chão de seus sexos, eles permaneceram calados, serenos...
Sabiam o quanto era justo que não levassem a diante, justo com o destino que não os queriam assim...
Fingiram não saber que aquela era a última vez
Passados sopros, receio: sabendo que a foliã marcava versos de sua vida a areia exposta. Falaria ela um dia o sopro de suas cantigas?
Ele a olhava vez por outra,tendo a convicção de que a troca ainda discreta era recíproca.
Certa tarde, brindado em agonia de sua curiosidade, decidiu sondar todos os versos dela, pois sabia que encontraria algo só deles ali.
Sentou-se frente ao computador com uma xícara de café forte ao lado, mexia nos cabelos sinalizando ansiedade...seus olhos riram: ela os mencionou...ele estava ali, e entendeu que se tratava dele na primeira frase que lera, as sensações eram lembradas a cada palavra lida, aquilo só podia ser o sopro que só cabia a eles, o sopro de suas cantigas.
Ele riu de canto...tinha agora a certeza de que não passara em branco na vida dela.
Ela, ao caminhar da última frase escrita riu: é...foi bom enquanto durou.
Nat.