sexta-feira, 25 de junho de 2010
Sobre Pretextos Divinos
Tua mentira mundana
Numa só pose
Um gosto de sal
E não te falta mais nada
Teus olhos vermelhos
Vagando como loucos
Nesta angústia casual
...
No abismo, todos os silêncios do corpo reunidos neste circulo caótico da força débil que já não sabe te abraçar. Tua língua esticada expandindo minha vontade em milhões de segredos...
Você... Traços, telas e tudo...
Em minha cabeça, poemas desconhecidos que em algum lance do teu beijo não percebia a força que o criava. E em teu corpo, minha vaidade a apodrecer no limbo... Sei esfregar como ninguém minha carne no sumo de outras bocas. Era permitido entre nós, como num acordo o absurdo entre desgosto e nervos.
E sobre tu, meu amor... Ninguém te soube habitar de olhos tão fechados quanto os meus. Vez por outra, meu corpo oscilava em dúvida, mas sempre a leio em meio à escuridão feito um deus poente, talvez por isso, despenque por baixo de minhas saias um espelho indecente que reflita um Deus maior a me tocar cada vez mais rápido e tu, como rosa aberta a alternar o suor em movimentos lentos. E pelo gozo e delírio, até deuses tem de aprender a recompor a moral que os escora.
Nosso gozo minha pequena, tem gosto de enxofre que queima sorrindo livros sagrados e orações sem pecado. Meu terço são teu dedos que fico a beijar e contar como em reza única, teu colo é meu altar, em que mergulho a face e desabo em lágrimas, tua boca minha bíblia onde a fé para vida renova-se a cada novo beijo.