domingo, 6 de novembro de 2011

Prosa e Poesia

A prosa


Um dia, ela nunca choveu tanto. Era como se de repente fosse amanhecer, e todas aquelas notas juntas sem som estivessem dentro de seus corpos, aonde houvesse infância e as línguas e mãos fossem criadoras inseparáveis de qualquer ilusão. Sete noites como fartos desalinhos nos mais profundos ciscos dessas carnes. Lá naquele lugar onde as pessoas engolem moedas abrindo um abismo embaixo do mundo.
Sabe-se lá se é pela esquerda que eles chegam a onde se é. E foi a partir do limbo secreto abrindo o tempo por dentro dos braços que os vitrais refletiram a palavra inaugural:


A poesia


Gavetas e escadas inundam-se do mesmo nada
Realmente acontecia... É possível transpor o minúsculo!
Como se da “Primeira ilusão” os ossos atingissem a potencia máxima
E desafiassem as origens de um ator que ascende de seu próprio palco
Confundindo a platéia com um ar que bate na cara e respira
E lá no final de nossos olhos chegava o “Teatro ilusionista”...


A ilusão sonâmbula desconhecendo suas próprias doenças
Desenvolta dos golpes de sua própria garganta...
Derretiam as intenções estrangeiras de outro país e de nosso tempo
Entramos no Deus esquecido da rua, exaustos como se dá a um “Merchan” limitado
Morre ao avesso de uma prole vulgar a poesia de coisa nenhuma
Desinibidos da realidade do “Futuro de um passado imperfeito”


Há de germinar poesias como se quer das plantas
E os verbos serão como placentas em brasa que nem a sede constrói
Tijolo por tijolo...Nos braços invisíveis “Da cartola do poeta”
E será então a poesia imortal, em fragmentos e incertezas por todos os lados
“Criadores, criações e criaturas” mergulhados no mistério de uma arte gratuita.