quinta-feira, 16 de abril de 2009
Confissão
Tarde vermelha ainda sentadas
Ela confidenciou-me sopros
O sopro era brisa imutável
Soprava mansinho por dez flores do tempo
Ela, contou-me tempo presente o que pesava na junção de antes com pra sempre
Naquela noite, ela sentiu misto de receio e alívio...
A pequena saberia ver com olhos ternos seu amor?
Ela, ainda atônita caminhou fora daquela praça, passos firmes, pensares confusos...
Pés novos a sua casa, braços rumo a crias...
Sentou-se no sofá, mirou-se frente a TV que transmitia ao mundo sua ventura,
Levantou-se até a cozinha, no rádio ela era saudada por tamanha coragem,
Dentro do banheiro, viu seus olhos refletirem no espelho, olhos tão brilhantes como da primeira vez...
Que saudades ela sentiria do hoje...alforria ao seu amor!
Lhe digo então mulher amiga:
Injustiça seria não sopra-lo e bendize-lo
Bendito amor
Nascido de lascas e pureza
Um sugava ao outro
Em busca do encontro de si próprio
Bendita chama
Ardendo as dez flores do tempo
Ele, carinho nas feridas
Ela, aconchego materno
Suspeito em vão, a grandiosidade a cada encontro
O quanto cresciam eles sendo somente deles
Meus olhos minguados de outrora
Brilham a vocês e os ama também.
Natacia Araújo.