Teu abraço
Tapete mágico
Um começo e nossa poeira
A cabeça dança procurando teu choro
As palavras descobriram minha tolice muda e esgoto assim todos os meus versos pálidos gritando mais um poema.
Teus olhos molhados contando nossos segredos enfurecidos e eu calada, debruçada na estupidez de meu desdém.
Esbarrei em tuas mãos apertando minha falta de mapas. Desenhei no escuro teu retrato parado. Um pouco mais e este quase vazio confessaria estar também morrendo.
Diante de nossa realidade, apelei para o desespero dos covardes, alimentei minha doença na ambigüidade do medo.
E era enquanto eu suava frio que tua mágoa crescia feito chaga em minha pele. Por isso, marco as passagens das tuas chagas com longos pedidos de desculpa.
Teu perdão desequilibra em minha poesia e pesa no desconforto de minha vaidade.
E tudo que sei é que tua presença leva algo de mim que não sei, é como se cada ato repentino tomasse a memória de tudo que houvesse outrora em mim.
Em plena fração
Tua voz serena
Em meiga forma
E eu preciso
Das tuas farpas
Que sangram
No canto da minha boca
Um dia, nossos olhos como coisa viva fecharão sob o caos deste soluço mais grave e não será mais possível sentar em colo indeciso. Ninguém poderá prender nosso pulso latejante.Não há desespero em nossas faíscas caladas.