Somos animais sobrevivendo no ritmo perdido das fotografias.
Tenho medo de olhar teus olhos e ver teus quinze anos Sofia. Tua cegueira e
este ciúme destruíram tudo na casa. Tuas pernas dissimuladas blasfemaram nosso
tempo e por isso desejei tanto o abismo. Esbarramo-nos em silencio nos cômodos,
por quinze vezes renegamos o perdão. Pouco a pouco, a paixão esvaziou sua
substancia, deixamos pedaços na sala e nos fragmentos da pupila. Denunciamos nossos
nervos em revoluções individuais. Na casa, avançam os muros do império exausto.
Proporções gigantescas do nosso combate. Entornamos nossos peixes com a mágoa
desta guerra. Dos telhados, ouvem nossos gritos... Abrimos as gavetas de
partida.