domingo, 3 de fevereiro de 2013


Estou esperando pra ver o verso. Cair no mundo. Ficar só. Tropeçar nas pernas da vida. Avançar de cara limpa. Chupar o tutano das feridas. Deixa minha agonia fazer bloco no poema. Deixa o poema fazer coro na calçada que é pra libertar a loucura no canteiro de obras. Tirem as placas das gramas – pedestres já podem sujar meu território sem identidade.

- Deixa minha bebedeira Maria! Desova teu perdão em outro cômodo. Eu não quero a paz da tua voz, nem a calmaria do teu vulto atrás da cama.

- Deixa meu poema em paz Antonio! Ancora tua distancia em outro estado. Que eu não quero teu amor no Rio de Janeiro, nem tuas promessas me vigiando.

Dá-me um pouco da tua hóstia Deus. Que este domingo tem pesado mais do que me cabe no vão de um haikai.
...
(Maria mãe dos homens melada em meu desatino)