Estou esperando pra ver o verso. Cair no mundo. Ficar só.
Tropeçar nas pernas da vida. Avançar de cara limpa. Chupar o tutano das
feridas. Deixa minha agonia fazer bloco no poema. Deixa o poema fazer coro na
calçada que é pra libertar a loucura no canteiro de obras. Tirem as placas das
gramas – pedestres já podem sujar meu território sem identidade.
- Deixa minha bebedeira Maria! Desova teu perdão em outro
cômodo. Eu não quero a paz da tua voz, nem a calmaria do teu vulto atrás da
cama.
- Deixa meu poema em paz Antonio! Ancora tua distancia em
outro estado. Que eu não quero teu amor no Rio de Janeiro, nem tuas promessas
me vigiando.
Dá-me um pouco da tua hóstia Deus. Que este domingo tem
pesado mais do que me cabe no vão de um haikai.
...
(Maria mãe dos homens melada em
meu desatino)