Desandamos a chorar. Setembro tem dessas coisas que a vida não sabe aproveitar, como naquela tarde em que a calçada abriu pros nossos pés juntinhos passarem e arrastarem com a poeira saltando das solas todos os verbos que o chão ia declamando nas notas da canção. Não esqueça de anotar- a gente vai passando embolado nas lembranças, um pouco perdidos, um tanto desajeitados e fragmentados, mas a poesia emerge de um estado caótico e milagreiro, os versos sabem invadir os silêncios mais oblíquos e nossos encantos vão transbordando em nossas invenções travessas. Espantamos e descaramos o medo- entidade exibida, setas e o êxito esvaindo-me em versos agudos. Cerejeiras procriando em meu endereço, o ontem deitado em um caixão de ternura, signos sem culpas, estendendo os olhos nas reticencias da arte. Minha imaginação dona do mundo me olha de dentro com esperança, inscreve meu nome no ponto de partida. Bons presságios- vibrações nos esboços, nos mapas que a cabeça dança, nas asas contorcionistas que a inspiração escreve.