quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A Lenda dos Doze Orixás


A água descia pela cascata
Oxum consentiu com os versos
Abençoou as vozes embaladas por sua saudação
Águas claras, poeticamente livres e desenfreadas
Oxum sonora, embebedou as pedras
Fez da água doce seu colar amarelo ouro
E a poesia formou-se culto para todos os santos
O percurso foi traçado, a cachoeira beijava o mar
Recebeu toda a água límpida a rainha Iemanjá
Com seu leque obstinado colheu palmas e jasmim para presentear Ossain
Ele brota das terras, forma folhas e matas para dar caça a Oxossi
Imponente deus da caça, portador do chifre de boi, saudava pai Ogum a voz de um grito de guerra:
Ogunyê...
Segurava sua espada entre as mãos
Exu, rei dos búzios desenhava novos versos entre as almas
Nem a febre de Obaluaiê o impediria de dar continuidade a nação poesia, coberto dos pés a cabeça, recebeu a chuva de Oxumaré
Chuva e renovação...
Com o machado nas mãos, deu Xangô a sentença final...
Enquanto houver liberdade de credos e poesia, fará Iansã, deusa das tempestades o amor brotar pela boca
Até a sábia Nanã, mãe da terra não se atreveria a discordar...
A poesia ecoando entre os elementos da natureza fez Oxalá aplaudir de pé os versos livres desta terra embalados por água e poesia.