quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Sonoridade


















Estéril rádio estação sem-luz
O teu suor é surdo
E eu já sou feita de espasmos melódicos
Da folha: cantiga
Assobio borboleta, grande festa de girassóis quadrados
Caindo a desaguar sonoridades
Desta música sombra universal

-Parece que se você ouve o canto, é inevitável ir parar no fundo-

Uma marchinha de carnaval: carnavalizando o sumo da vida
Grite. Você não vai ouvir mais nada
Impregnado bloco de frevos das células ciliadas
Dedilhando os coros eufóricos
As partículas propagam quando o canto é por chuvas dançar
A valsa é humana

Preciso de sonoridade
Esta ânsia que troca músicas e tons
Saberei cantarolar descompassos em dó maior
Há de nascer imune quem não souber ouvir

Dos braços que embalam o bloco, em que batida se escuta o tom exato?
Musicalize o óbvio
Corpo-coletivo colhe ativo
Quando ouço aquele tom, os poros se arrepiam.
E canto das suburbanas bêbadas razões insanas

Vendo o ritmo-meu pagamento é dívida
Grandes olhos quando a canção é do povo
O coro sai das casas, leves, pesados e desequilibrados.
Coloquei para fora uma voz grave, queria ter soltado Buarque de sua prisão
Nestes tons- inúmeras possibilidades:
As enzimas criativas do amanhã.