Se esforça a luz
Sondando um pedaço do espelho
O brilho é invisível
A cada despedida permanecemos livres
Ninguém nos tira a chave das linhas
Um circo literário para desafiar raízes
E num lance mágico a poesia é limitada
Uma frustração que se instala nos papéis poéticos
Ainda assim, acredita o verso ser descarado
Perfurando em suas mais variadas formas
Manifesto, faminto e diversificado
E não há arte sem ousadia
Arte deve ser tomada pelo fogo soprando pra fora o que procriamos com sorrisos
Se viver arte fosse catar a dedo quadros, morreriam de tédio todos os poetas
Arte não tem extremos, não é forjada
O espelho do outro não pode ser negado, repartido ou trocado
Antes, generosa e sábia arte abre espaços na medida de cada um
O grande poeta é por isso, um grande indisciplinado
Sabe partilhar como ninguém de toda arte coagida
E a melhor poesia de um artista é a que consegue rir antes do adeus
Traduz em gargalhadas a fúria estimulada por novos pedaços luminosos
Renovando nas vísceras a verdadeira arte: a ambulante
Arte é chaga acesa.