Existem poesias doentias
Emanando fluídos dos corpos fétidos dos poetas
Os ossos mastigados com a estrofe que corta
Não há flores ou paixões desinibidas
Apenas unhas encravadas em detalhes sórdidos
Sua morte é a letra mais próxima do verso
E nada derrota este pedaço firme de verbo
Encontram-se na intenção mórbida de cada piada
Desenrolam-se em cada degrau
Engolindo adubos evoluídos demais para qualquer poeta vendido
O melhor de cada cor é colorir a própria identidade
E ainda assim, em cada passo incerto o que habita é a palavra.