Deixei a porta aberta para sentir o outono.
Enquanto assistia pela fresta o pôr do sol, em tons de carmim.
Me preparei para uma beleza serena.
Mas, em vão, meu peito se armou. Era tempestade. Era imensidão.
Teu silêncio devastou minha solidão.
...
Meu silêncio entranha-se na tua porta assinada de sonhos.
Ainda vejo daqui, tuas culpas vencidas em um deus de outono,
Atravesso a dança por baixo da saudade nas tuas saias.
Teu peito armado no emaranhado de laços.
Os pássaros desabando no centro do furacão.
Tua poesia libertando minhas ondas.
...
De palavra em palavra, eu te versei.
Desfiz minhas alianças e abracei o teu mundo.
Me inclui nas tuas terras distantes.
Rimei teus sentimentos e te fiz canção.
Sonda por aqui, sonho de final em vão.
...
De verso em verso, fiz da tua poesia hóstia.
Refiz meu pouso em teu caminho e beijei tua rua.
Te recebi com cartazes e melodia.
Declamei tua saudade e te fiz pintura.
Amanhecem por aqui, borboletas de recomeço terno.
...
Nas mãos. Na alma. Nos olhos. Teus versos, minhas prosas e um, coração no chão...
Nos braços. No peito. Na boca.
Tua canção,tua poesia e dois, minha felicidade triunfante em nosso sonho.