segunda-feira, 3 de setembro de 2012


A chuva caindo precoce
temporariamente se descara antes do adeus.
Os dedos mastigados de rabiscos encardidos
Entendem a razão do vício e da cólera...

Transmiti um compasso ao morder tua língua,
 sonoridade resfriando mágoas.
Da tua saliva fiz a lágrima que agora pinga no Atlântico.
A água foi inundando a rua
formando muros de ondas.
A febre acrobática fazia nado livre,
doença que não te absorve além dos seus próprios devaneios...

 Meus livros sendo arrastados pela correnteza que tanta água formou na sala.
A iluminação fraca azedando meu corpo,
apodrecendo a arrogância de nossos umbigos.
Um bote saía do corredor até onde nossos pés alcançavam,
com cuspe, desconstruímos nossas posses.
Cansados, transbordamos onde a razão estagnou.
 Calmos, umedecemos os gritos de ternura.