quarta-feira, 5 de junho de 2013

Explodem nas vias nucleares
eclodem moléculas, trajeto no tempo/espaço
estampido de pólvora, rajada de versos na velocidade do som
ruído térmico nas duas luas da tarde

Eu tombo, marco zero em seu núcleo atômico,
este poema mais gravitacional do que nunca
a inspiração dentro da máquina aceleradora de partículas

Multiversos 
Massas em expansão
Nebulosas em sua forma inicial

O corpo amuado em sua condição de pequenino
um Deus cósmico estende o punho,
atravessa a atmosfera do poeta,
engole a arte com irradiação

 A poesia embrutece na poeira dos anos
misturando-se em uma nuvem molecular
nucleossíntese de palavras (papel e caneta nas mãos e não nos corromperemos)
migração de planetas e motivos para escrever

Construção do sistema solar
construam o verbo na gigante vermelha
hidrogênio e hélio  na hélice de um ventilador
soprem o poema na fusão

Corpos celestes(satélites de medo).