terça-feira, 27 de outubro de 2009

Nos escombros















Poltronas imaginárias vendidas há tempos
Uma casa no mundo inteiro
Quintal povoado de coqueiros gastos
A paisagem movimentada por ventos e relógios
E o vento violento forrava precoce em corrente inversa
Espalhando uma larica para boca seca
Da boca, uma bacia quente de Janis Joplin
E eram dos escombros que ela jogava cartas e instrumentos
Já não havia mais casas ou nomes completos
Construí uma chuva para me adoecer
E ela dormiu em mim quando não sabia o que fazer das mãos
Decorei as paredes com bulas e um tapete de um vazio trôpego
Ali fui trancada em escavações patéticas
Amarrei o corpo envergonhado esperando abolição
O corpo padecia da fome de não querer mais alimento
O ventre infestado de órfãos indigentes e soterrados
Meus filhos repousavam em prece a substância orgânica de meus espasmos
Cruzei meus pêlos sujos em atmosferas suspensas pedindo para recolonizar
A casa queria guerra, e da casa só restou o pó, separado em carreiras para que eu nunca me sinta só
Poção mágica em partículas refinadas e espalhadas neste caos surdo.