sábado, 9 de janeiro de 2010

Sobre o Sujo e o Mal Lavado

Inventaria uma condição
Em que eu pudesse
Limpar tua sujeira
Esvaziar os copos

Vasculhando teus escombros
Feito uma serviçal
Recuperando este nojo
Que vibra e lateja

Trocando tua roupa
Lavando a última ruga
Claustrófobica em bolos azedos
Em vícios asmáticos

Andando nos limites
Desta poesia barata
E tu me ofereces
Os arames e farpas

E diz-me dos teoremas
De uma serviçal ingrata
Existia uma corrupção
Em cada órgão do teu corpo

Das janelas do teu quarto
Abafado e viscoso
Respirei no trânsito das paredes
E nem nossa sede construiu.
(Poema feito para o blog: http://ilusionistasdoverbo.blogspot.com/ )