quarta-feira, 26 de maio de 2010
Em seus olhos, torres de saudade
Meu sexo em nuvens brincando com possibilidades...
Pobres meses céticos desequilibrando em horóscopos aniquilados
Ao invés de hierarquia para o amor, doses sarcásticas de vaidade
E já pecando, minhas formas sopram a rigidez da cruz exposta
No peito, os batimentos vagando sem propósito
(Minha inverdade dispersa em estações)
Uma poeira com exata textura pinta em cor sépia a falta dele
Enquanto deslizes me trazem a inesperada presença dela
Espetáculo costurado ao real...
Meus ímpetos encomendados por teu nome.
domingo, 16 de maio de 2010
Inventário Das Mãos
Minhas mãos serpentes gostam de sentir sede
Engolem o fluído de tuas primeiras migalhas
Ao longe, os troncos são pequenos indigentes
Fundindo os dedos de uma saudade pintada de opaco
Meu imaginário propaga raízes
Elementos lúcidos cozendo teus nervos
Esperam por mero acaso teu encontro
...
Na lama imperceptível há o desprezo da identidade
Infinitamente em prece para cruzar minhas veias.
domingo, 9 de maio de 2010
Por trás das mãos,
Dados e combinações
Damas de copas encontrando-se no submundo
Batalha sob a mesa antiga
Cartas/morte saltam dos dedos mumificados
Minhas cartas disfarçando tuas jogadas medíocres
Cartas, que tu ingênuo chama de estado atroz...
Parecem-me erros de um estado delinqüente
Quando jogam as cartas e a poeira me sobe aos poros
Os homens na mesa não sabiam o que havia atrás das costas
Esqueceram que lá havia uma revolta guardada por um triz
Colei as cartas com a língua
Sem identificar se nelas moravam versos ou acrobacias de naipes
Nas mãos, um isqueiro queimando tuas jogadas de mestre
Nenhum valete foi poupado...
Este jogo tem outro enredo, um ninar sombrio
Implorando partidas e um punhado de verdade.
terça-feira, 4 de maio de 2010
No preto e branco dos vícios
A boca tem um caso,
Nas ladeiras das bochechas
Excitam a repugnância
Na luz que o cigarro acende,
Embaraçam da fumaça de outro trago
Na arquitetura dos lábios vermelhos,
O sopro é ventania e calor
A mesma fumaça soa como presságio
Gozando nas mãos que lentamente envenenam
Em baforadas dos zodíacos
Chama ingênua...
Arde e alimenta meu dragão.
sábado, 1 de maio de 2010
Do que escorre no Atlântico
Até que o mar desconstrua o tempo
Simples e pleno até a ponta
De meu livramento
Pacífico
Até que meus versos exóticos
Deserdem as conchas
De teu passado
Índico
Quando essas poesias diluídas
Em sal e neve
Arrepiarem o diabo de teus pêlos
Árticos
Quando as águas formarem
Taças de sucos gástricos
E os garçons lhes servirem em vaginas
De oceanos glaciais Antárticos
Mesmo que ondas sejam ocas
Escondidas em marolas
De bebidas alucinógenas e poças quentes
Denominarei meu Atlântico:
...
Marés em lágrimas suicidas.
Poesia feita para o blog: http://ilusionistasdoverbo.blogspot.com/
Assinar:
Postagens (Atom)