quarta-feira, 1 de junho de 2011




                                                    Minha ciência dócil considera o futuro

desejando intimamente o mapa dos rumos
numa mala ou num bar de putas
nas rotas a possibilidade de avançar e acertar
na reinvenção destas minhas pobres células resistentes
levo na mala um par de calças velhas e a crença num deus
que por hora ocupa-se com o preço alto dos figos
meu itinerário se gasta no conformismo da cruz que viajo
e pelas estradas perdidas cuspia sangue em minha relva
nas madrugadas os passos muambeiros das raparigas dos brincos de lata
e do asfalto o sangue negro que não estanca
saio de minhas fontes rondando de perto à noite atenuada na medida dos erros
o novo sentido é uma queda avisada por música
uma tenda dispersa que venho habitar.