sábado, 14 de janeiro de 2012

confundo a fumaça dos bares
com tudo que crepita 
na condição humana
e se converte
em vício e propensão à loucura



em teu sexo
rezo
sacrifico a boca
em batismos
expatriados
...
em teu instante
o entreabrir 
das pernas
como quem 
revela 
o melhor
segredo
( me conta)
...


Tuas coxas molhadas de poesia
esvaziando-me a culpa 
refeita antes em teu ventre/mulher
benditos os seios que beijo
com pretexto da fome profana
...
teus pêlos cobrindo
os versos 
na urgência grávida de meus anseios
e eu a te beber em todas as esquinas
teu sexo habitando o movimento de minha 
pátria.


domingo, 8 de janeiro de 2012

tentativas frustradas
muito gelo na piscina
o vazio mais perspicaz
que uma águia
a febre de uma vida inteira
o cheiro de naftalina
impregnado no armário
eu me fingindo de tola
e o mundo inteiro
desabando lá fora
esqueci de dizer coisas
bonitas
nas horas oportunas
mais um fracasso
soltando os jorrões
dentro desta xícara de café
duas colheres de açúcar
e uma navalha para o chá das cinco

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012



Tomara meu cigarro dure a tarde inteira
E eu não tenha de sair pra olhar tua cara Sofia
Tapa na cara
Minha aversão e milhares de idéias
Tomara deus no fim do trago
Criar anticorpos
No fim do texto
Abrir o zíper da calça
Mijar de pé
E escrever com urina teu nome
Fazer terrorismo com açúcar e salsichas
...
Outro soco
Tomara a pinga dure até o último gole Francisca
Que é pra não voltar pra casa
Com as garrafas de vidro
Contribuindo para estatísticas do fracasso
Deus criou os dentes e esqueceu do antídoto
A cura:
Paranóia na retina
E agora você me ama.