domingo, 13 de janeiro de 2013


Proponho:
 Assinar o poema com as mãos calmas. Avançar nos meses. Sacudir os ponteiros, “descalendarizar” nossos aniversários. Caducar as horas até amanhecer nublado.

Prometo:
Curar os mitos cotidianos. Ausentar o ódio das memórias. Esvaziar tua mágoa com a paz que orbita em meu sono.
...

Parábola:
Nossas borboletas batendo asas na engrenagem de horrores que articulamos. Casei-me e pago minhas dívidas. Tua pontaria atropelava meu livre arbítrio e a casa transformou-se em uma ilha.

Cotidiano:
Bebemos café. Você acendeu outro cigarro e eu pedi um jornal. Nosso país tão pequeno e não me chegam mais notícias. Preciso saber sobre a política e o que fizeram da poesia desde a última guerra. Você abate duas formigas passantes em sua mesa./ Você, avulsa ao fundo do copo./ Você, no ponto da pistola...

Domingo:
Efêmero. Tua agulha em minhas pernas. Nossos farrapos numa terra estranha. O corredor sinalizando teu crânio de bobagens amargas. Varanda cercada por soldados vigilantes.
(Teu medo me pesa tanto...)

Sem Deus, incubo meus assombros infanto-pueris. Nove meses/ ao meio dia/ para este corte.