sexta-feira, 17 de maio de 2013

Dueto com: Almi Junior


Eu vi um sol enorme
Queimar seu nome

No asfalto do centro

Os pneus choravam a sua ilusão

E eram levemente acariciados pelo vento

A sua voz some

Ao entardecer

Eu vejo a sua imagem crescer

Nos poros da cidade

...
Eu vi um encontro ungido
resfriar teus versos jorrados.

E nas calçadas emudecidas,

dos teus olhos estancados de chuva,

dopar uma saudade amplificada

por tuas mãos desalinhadas...

(teu verso em terra azul gritava
as letras presas na calçada...)

...
Eu caí num vão
Entre o seu calor em pessoa

Espaço onde a minha frieza voa

Atrás dos seus passos

Perfurando o chão

Seu perfume impregnado nos canteiros

As flores que nascem nos bueiros

Um bar com o seu nome
  Você se move na minha corrente sanguínea                             
Não existe linha reta pro teu caminho

Seu perfume no trajeto incerto

(Seu suor tem sabor de vinho)

...
Traduzo teus contornos com raro brilho
Inundação da tua saliva em meu verso de língua
Descubro então, o calor nas ladeiras de um beijo
Onde tuas partículas enroscam-se em meu satélite.
Teu dragão suspenso em meu desconhecido
Faz mistério nos mergulhos.
Vou-me de barco nas tuas veias apertadas
Orientando-me nos mapas dos teus ossos tomados de corte
A placa do bar grita nua,
Quer projetar asas nas tuas costas.
Nossos restos misturados como pequeninos órfãos,
Movimentam os verbos telepaticamente.