sábado, 14 de maio de 2016

Emergir...
No tempo que me divide, na casa transitória que vai além da minha boca. Suspenso em meu sonho está a cólera mais substancial que minhas próprias raízes. E eu tento supor mais sobre os lugares por onde você toma seus vinhos baratos, sobre os caminhos que tua barba roça, virado pro Sul como uma ave que sempre parte.
Essa tua máscara de homem não combina com meus joelhos dobrados da dura carga, tuas horas azuis não despertam meu terreiro e, se eu te contasse, você não acreditaria, mas, todas as minhas manhãs sangram e cospem fogo no devaneio de uma vida mais livre. É que eu permaneço presa, no tempo da palavra, esmagada entre um poema ou outro.