domingo, 24 de maio de 2009

Desenho das sementes

















Meu menino agitado
Teu gosto ainda não passou por minhas mãos
E toda pele mora filhos da espontaneidade
Nem sabes quanto gosto desses teus cabelos pretos entrelaçados em meus dedos
Ficar em teu colo até os vidros queimarem...
A pele atrai e teu sexo me completa
Nosso ardor é incansável, deixo que me tomes nua e que pinte em meu ombro o desenho das tuas sementes
Vou beijar teus ouvidos na tentativa de leitura do que espreita imã
As árvores se curvariam todas beijando-me o bico dos seios
e eu iria deixá-las na ânsia de gozos regados a chuva
Acho mesmo um encanto tua crença em um branco mais vibrante
Delicio-me em tuas expectativas por tronos mais justos
é tão terno nossos laços recém prendados
Tantos mundos pra se recriar
Na tentativa de pés mais descalços, sinto em quase intuição, que nossos pés seriam mais dançantes no mesmo trilho daquele amarelo
Cativada por toda a simplicidade e empatia, vou dobrar todos os muros cinzas que construí ao fim, vou abrir-te minhas janelas na breijerice de quem cata as frutas das árvores vizinhas
Se os braços não alcançarem- os frutos ainda são verdes
Mas meu homem agitado saberá olhar-me com ternura, me beijará a testa, concretizando a moradia daquele amarelo
Este amarelo ainda finca o chão, tem tanta coisa pra se pintar...
O amarelo daquele trilho está pra chegar.