sexta-feira, 1 de abril de 2016

É delírio, não sei se salto ou solto. Se pauta ou puta. Travessia ou ponto fixo. Londres ou Palestina. Dentro da cabeça, gira veloz e em toda parte sobrevive um tempo, registro no desfiladeiro de um mundo irônico. Foi quando envelheci em fingimento, quando chamei de sangue a vontade de me renovar. Quando tive sede e me distanciei do mar, quando simulei um espirro pro teu perfume tão bom e disse ter medo da gente como quem vive em véspera de guerra. Acho que foi quando habitei em um azulejo branco, mas tinha as mãos cerradas, quando só vi superfície e em um devaneio, botei fogo no meu corpo inteiro, mas não queimava.