sexta-feira, 20 de março de 2009

"Banquete Candelária"


Foquei as mãos nos olhos
Olhei os dedos dos céus
São sete cores pro branco em mim
Contei todos os desconhecidos templários
Sondei suas feições
Calei-me dentro
Suguei crença
Minhas sextas são santas

As pinturas reluziam o fosco mármore
A cada olhar, nova íris
Brilhei água de meu rosto
Os anjos todos entrelaçados(pequenas crias)
Espadas do latim
Os vultos fundindo cada espaço
Raízes esverdeadas de um passado regurgitado

Ergui três altares de minha essência
Já não distinguo minha carne, de minha candelária
Sou ela em mim
Altar destro de minha serenidade
Altar canhoto de minha traquinagem
Altar central...tom de minha alma
E a mulher frágil a segurar o ventre do templo
Do ventre emana fe
Entranhas de minha arte

Quero engolir o silêncio
e romper com os carros que amontoam as calçadas de minha paz
Quero calar os gritos apressados
Dê-me o tempo!
Estagnar novo refúgio
e atentar fé dos joelhos que se dobram
O espetaculo preenche cada fresta
A crença exala o belo
14:00 horas, vou partir...
Beijo a testa dos santos sábios mentores da louca santa arte.
Me vou, revigorada.


Natacia Araújo.