quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Devagar e Silenciosamente


Não poderia voltar atrás
Mas a saudade é aguda
Meu medo ainda é argumentativo
Inibindo outras travessias
E o amor permanece atemporal

Procuro novas estadias
As bocas tem sido secas e sem o calor que busco
A poesia resseca em sua mágoa
Enquanto a minha poesia, o ama como na primeira vez...
A Súplica não se desfaz nem com tempo ou rancor

Acordo com nossos versos entranhados
Sei que não entendes minha fuga
Foste expelido de minhas expectativas
Permanece em meu vício
Esta procissão de espera árdua sobrepõe minhas palavras

A saudade crua faz de meus verbos frágeis
E o amor será o mesmo
Estagnado e pulsante
Sigo teu peito e tuas palavras não ditas
Gostaria de esconder a angústia e mudar a entonação
Mas ainda soa-me estranho procurar a cura para esta febre

Tua poesia ainda tem peso sob minha emoção
Ontem, enquanto o lia, meus versos te abraçaram sem forças
O que fluíam de teus papéis cortavam através de imagens
O passado germina dentro da nostalgia soterrada por nossas provocações
O absurdo de nossas palavras deturpa o que queremos com afinco

Desaprendemos o que de melhor havia nos laços poéticos
Os versos infligidos, e nossas palavras precisam de tréguas...
Rasgo todas as pronúncias em tempos de cólera
Porque não sei declamar você sem grandes proporções de amor
Escrevo o que constato todos os dias em meu espelho aceso:
Ainda o amo, devagar e silenciosamente.