segunda-feira, 27 de julho de 2009

De fora


















Uma mulher nua arreganhada em teus músculos
Gostos crus e imundos
Minhas saias levantam-se como preces
Desci a escada
Meus degraus querem de todos pés gozar
Sua espera injusta, você me olha de fora
Vira pra cá, pinto um tom paixão nas paredes
Emergi dos tacos escuros da sala
Este mesmo chão me esconde
Peco o tempo inteiro por esperar
Algo me diz que até a razão apaixonou-se por todas as horas derramadas em tuas gargalhadas
A boca partilha de toda certeza
Me diz algo alegre pra eu desenhar teu sorriso na mesa
Estes, já são frutos
As vezes perturba o sono
Só o meu lugar me define
Coloco pra fora uma voz grave, outros silêncios querem falar
Ele delata meus poemas
Arranho o papel, não deixo passar o verso
Verdades diluídas em sal, saudades e bebidas quentes
Em cima de meu armário há uma arma que perfuma todas as palavras
Abro minha segunda-feira ainda ensanguentada
Nem sempre somos parecidos
Minhas receitas de auto proteção falharam todas
Puxa mais um corpo, e bebe dessa alma impaciente
E desta vez, não solto tua mão.