quinta-feira, 2 de julho de 2009

Travessia



























Das conversas com um Marcelo(rs)


Renuncio o sono
Minha travessia está apta a novas esquinas
Fico querendo mudar de lugar, como se fosse possível acordar pra dentro.

Sou filha da palavra entendida!
Rasura e descaracterização!
Maturidade profana!

Corpo curvado... Dispersão.
Letras quase perfeitas se não fosse agonia que tu cultivas no peito.
Hesitei minha ida.
Já rasgou superfície.
Inocência descarada em causas impróprias.

Na minha mão tuas letras. Na palidez da certeza a pele enxerga.
Débil comunhão, aguda e sonora.
O verso entranha.
Impulsividade!

Insistente vício esse... Quisera ter meu “M” cravado notificando teu crime suado.
Ele quer amar-me diferente. Rabisco desconhecido.
Na palma do mundo: Quatro mãos tecendo uma possibilidade virtual.
Durmo e acordo em tua respiração
Espero nosso orgasmo como a uma oração.

Não vejo outra maneira, me desculpe querido...
A emoção ali, coagida...
Teus delírios convincentes...
E eu: despudoradamente recatada
Sincronia de espasmos

Meu tempo é progressivo!
De ampulhetas vazias!

As expectativas existem, o silencio se pronuncia, trazendo entidades surreias... É tão difícil escrever sobre este amor...Ele pede o dom e o verbo.

Teci todas as minhas palavras, atravesso minha própria anarquia, sonho com o clarão deste maldito dia!

O que tenho é um cálice supremo de aconchegos e diferenças, esta saudade aguda.
Desejo colhido e recolhido.

O susto em nós foi descobrir portas. Vários conceitos para se falar a mesma coisa.
Se quiser saber o que penso...Meus dentes querem arrancar teus versos
Soprar-me pra dentro das tuas feridas.

Receio estar sucumbindo entre farsas doces. Meus olhos não sabem dormir.

Aproximo minha boca devagar e você tão assustadoramente apressado... Mal sabes que a ação que quero ver está na íris...Não consigo ler!
Das linhas castanhas que escrevem nosso brilho.
Se me espera mais um pouco, meus olhos lubrificam os céticos abrigos. Devagar...Como a alma.

Respirar...Respirar...Como se fosse transmutar do verbo.
O que queremos é apenas um verso...Eu sei...
Meus versos pedem somente água...Não exijo outro barco
Nossas diferenças não distanciam o peito

Não forjo meus desejos
Minha salgada estagnação.Meu mar nunca está calmo.
Ponho tudo que preciso, não sei mesmo nadar.

O que sinto é mais fundo do que tudo que vejo
Desnudo-me dos meus órgãos inúteis
Amar sem dizer amor
Insisto. Não deixo passar o verbo
O lugar que ambos querem

Amar é a soma das experiências passadas, combinadas com a imperfeição humana.
O silencio ainda pode dizer muita coisa.
O amor que não abraça a falha do outro não é amor.

Mas o medo não vence...Fique tranqüilo
Vou curar minhas febres nas preces de nosso sorriso.