domingo, 5 de julho de 2009
Quando antigamente
Para Danda
E era cedo lá pelas tantas da manhã
Quando antigamente prometi lhe dar colo de amiga
Cujas correntes não levem a destroços
As marés em tua casa me ensinaram a amar melhor
Nas noites adentro fomos bêbadas de alma
Nosso escuro sempre partilhado
Nunca soubemos a que horas amanhece
Indisciplinadas das rimas!
Reduzindo o sono, flutuando todos os cobertores possíveis.
Esperamos que sejamos o suficiente, fervilhando só pra não rimar
Descaradas!
Correndo no vento
Tampouco findará os cafés e traquinagens
Talvez a gente só precise de um bom abraço
E uma tristeza luminosa pra ascender
Gargalhando de nossas esfoliações na alma
Não tirem a fantasia!
Moramos nas casas dos tolos
É preciso voltar no tempo para uma existência de nossas cores
Pousamos leve nos chãos de grama
Pra viajar memórias de tempos sonoros
Brisa arisca
Que os dias voltem àquela tua rua
Até esse dia, doutrinamos nossas raízes.
Meu passado me presenteou
Arrumou tradutora pra meus versos
Ela me olha lustrando os meus sentidos
Somos todas as vozes juntas
O que nos sobra, tu danças e eu escrevo.
Moro onde nossa gargalhada deságua
Somos mesmo atordoadas
Por versos que alimentam os dias.