domingo, 12 de julho de 2009

Traduza-me






















Agora, aprendi que não se salva nenhuma brisa que tenha desistido de beijar as montanhas.
Sou responsável por esta falta de ar
E como emergir da morte na saliva?
Porque o que reconheço não é meu corpo
Tudo me rasga e abandona
O grito quer pulsar as paredes que ainda me prendem

Não deixei espaço para cura escolhendo a fuga pelos muros
Ainda assim, a brisa leva letras para aqueles que não pudemos estar pessoalmente.
Sei do que falo: sei causar como ninguém meu próprio desmoronamento

Meu menino devaneio
Eu não sei amar
E as linhas me dizem que te amo

Não queria desejar o que tem dentro da sua boca, mas preciso desvendar a língua
Engulo agora o que corre dos olhos
Perdoa-me diante deste silencio
Meu medo ereto

Lamento, não ter dado água, além de minha torneira enferrujada.
Ainda escrevo desejando as línguas enroladas entre si
O amor transborda correndo em círculos
Ainda o amo devagar e silenciosamente

Consegue traduzir meu choro?
O caminho talvez seja o mesmo
Por mim não passa
Leve-me inteira
Culpada de todas as saudades

Confundem minha fuga com falta de amor
Destrocei meu amor querendo salvar.