sábado, 11 de junho de 2016

Meu corpo esquece o próprio corpo. Desde meu copo cheio até acres de terras amargas, o corpo em resinas retorce. Calo. Há quem confunda Campo Grande com Grande Campo, mas quem não comete desatino não sabe conjurar metáfora. E já é noite, assim mesmo, fria, detida e: mesmo sem chuva, meus cabelos são chuviscos e esse frio de sangue e amoras trazem as mesmas barbaridades. Meu céu fica limpo, livre de culpas, trago comigo um guarda-chuva em desuso e mesmo eu, que vim com tanta coisa, nunca vim com tão pouco.
Desperto, cada despertar é um desencontro, então paro, pra ornamentar o céu com minha ingênua e modesta cegueira. Recursos que se perdem e espero que não mais regressem, nem ocultos ou mesmo em histórias futuras. Não decifrei que do musgo não haveria flor. Musgo é sempre musgo.