sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Carnavalizando


Sem nascimento, segregando de uma estupidez herdada e nas veias saltando um odor alcoolizado
Caio em contorcionismos de corpos virgens e coloridos
Água ardente impregnada

Nas sextas, há um Rio que debocha e celebra todas as noites
E o meu lugar é cá
Ipanema canta pequenina e vão devolver-me ao mar
Preparo as roupas e saio de tropicalista

A casa é quente e eu quero morar na rua
Hoje vou dançar um amor histérico
A sala fica apertada e as almas se fundem
Aqui, o feto gera em um pedaço feminino

Na Lapa, existe um carnaval de saudades
Na roda, um tom exato de todos os batuques juntos
No passo, uma doença-vício ladra de purezas
Hora de brincar de fazer carnaval

Uma noite antiga pedindo para carnavalizar
Asfalto e um escuro sábio
Vibrando a confusão dos copos
Um suor misturado com as horas de uma Central do Brasil

Tenho uma Noélle pra bater tambor e uma Bia pra bater perna
A estampa está no samba das mesas desta noite
Modelo às luzes da Men de Sá
Escolhi como terraço a Pedra da Gávea

Não nego galopes rasantes no chão de uma Avenida chamada Atlântica
Mesmo assim, a sensação plenitude mora no Largo da Carioca
Exalo um cheiro denominado música
Me relaciono com um Rio que causa arrepios.