sábado, 8 de agosto de 2009

Danço










A rua é minha
Buzina e queima todo o gosto
A dança bruta designa bênçãos
Liberta e consagra a discordância das palavras
Vulgar e de conotação sexual
O corpo não quer descansar
Devasta sem repouso
Cheiro, pele e óticas distorcidas
As cicatrizes recentes embalam novos passos
A pista provoca meus pés
Desejei um licor de café pra beber com ânsia inativa
Ainda não sei me apropriar do que não possuo
No embalo enérgico, construo religião
Me transporto em pedaços soltos
Molho os pés em previsões não aceitas
Danço como se já não houvesse passo
A indecência é minha bandeira
Leve, natural e absurda.