domingo, 30 de agosto de 2009

O palco


Novas estadias, novos palcos
Saem das tocas grandes gavetas, nos papéis duas mãos brancas escrevem:
Dom de hoje: poetisa
Há de se festejar o momento de escrever
Cartazes de um vento guardado
As saias não se escondem, catam as cirandas
Num lance mágico, a música queima por dentro
É cedo. Amanheci com timbres fundindo o corpo
A cena toma a rua
Projeta a luz, o palco grita
Atrizes penetram as veias contaminadas
Nascimento e estupidez de uma interpretação adulterada
Água ardente pra toda cortina desvirginada
Na platéia, olhares sentados
Um vulcão para mesa sacra
Suor para mãos inventadas
Os corpos nadando o desespero de ser água
Cores penduradas em tranças
Desnudos em nuvens e paredes imaginárias
Externo, ilusório e ilimitado.