sexta-feira, 25 de março de 2016

Não tenho sono. Tenho ânsia e dúzias de poemas martelando na cabeça. Me vem um estado de verso,que eu não sei denominar. Eu vejo um rio caindo no copo de café,um poste tombando na música,uma borboleta voando na minha saia. Eu sinto cheiro de hortelã nas roupas de meu avô e ouço meu pai na gargalhada de Ana. Minha mãe é minha filha e meus irmãos parte de uma mesma ilha que visito com amor. E, ainda não tenho sono. Tenho um verbo que dança lá e cá. Tenho gratidão e uma nuvem no braço esquerdo que se eu soprar, vou junto dela. 
Enquanto o sono não vem, meu avô dorme, de boca aberta, feito criança. E, é tão bonito...Tão bonito que nunca tinha visto com tantos detalhes as cores saindo do ventilador. 
O sono ainda não chega, mas a fé é uma amiga que acaba de chegar de viagem. Trocou olhares e fez as pazes comigo. Sábia, avisou que estamos quites outra vez.